O Brasil pode estar à beira de uma recessão? O Santander (BVMF:SANB11) levantou esse questionamento após a divulgação de dados decepcionantes sobre produção industrial e vendas no varejo, que reforçaram o sentimento de cautela do mercado em relação à atividade econômica no país.
Risco de contração econômica
Em relatório divulgado nesta quarta-feira, o banco apontou que os indicadores recentes, aliados a um ambiente financeiro mais restritivo, sugerem risco significativo de desaceleração no crescimento econômico. A equipe macroeconômica do Santander acredita que o Produto Interno Bruto (PIB) pode apresentar contração no segundo semestre de 2025, superando até mesmo as previsões pessimistas.
“A assimetria nas perspectivas de crescimento está enviesada para o negativo, aumentando a possibilidade de uma contração do PIB durante a última parte do ano”, afirma o documento.
Impactos na inflação e nos juros
O banco espera um pico inflacionário em agosto, mas avalia que, caso o crescimento econômico desacelere mais rapidamente, esse ápice pode ocorrer antes. Nesse contexto, a moderação da inflação, combinada com a desaceleração da atividade, poderia abrir espaço para o Banco Central do Brasil (BCB) reduzir as taxas de juros, o que traria algum alívio ao mercado.
Estratégia em ações de qualidade
O Santander sugere que, em cenários de recessão, empresas de qualidade tendem a ter um desempenho superior e menor volatilidade em comparação ao índice geral da bolsa. Essas empresas, com poder de precificação robusto e capacidade de gerar valor econômico positivo mesmo em cenários adversos, são vistas como apostas mais seguras para investidores.
Em um estudo recente, o banco demonstrou que portfólios focados em ações de qualidade superaram o Ibovespa em crises passadas. Durante a última crise fiscal, o portfólio “long-only” apresentou uma taxa de retorno ponderada pelo tempo (TWRR) de -15,1%, enquanto o Ibovespa recuou -28,9%. O portfólio também registrou metade da volatilidade do benchmark.