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O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial nesta terça-feira (3.dez.2024) em uma tentativa de combater o que chamou de “forças antiestatais pró-norte-coreanas” e restaurar a ordem no país.

 

Poucas horas após a declaração, o Parlamento, cercado por manifestantes e forças policiais, votou pela revogação da medida, intensificando a crise política na nação.

 

O Que Diz a Lei

 

A Constituição sul-coreana permite que o presidente declare lei marcial em situações que representem ameaça militar ou necessidade de manutenção da ordem pública.

 

  • Processo: A decisão deve ser revisada pelo gabinete e notificada ao Parlamento, que pode revogá-la por maioria de votos.
  • Autoridade: O comandante da lei marcial, geralmente um general da ativa nomeado pelo presidente, possui amplos poderes, incluindo prisões, buscas e controle sobre imprensa e reuniões públicas.

 

Histórico de Leis Marciais na Coreia do Sul

 

Desde sua fundação como República em 1948, a Coreia do Sul declarou lei marcial em mais de uma dúzia de ocasiões, muitas vezes durante períodos de agitação política e golpes militares.

 

  • Último Caso: Em 1980, durante a presidência de Choi Kyu-hah, a lei marcial foi usada para reprimir manifestações pró-democracia, lideradas por Chun Doo-hwan, que mais tarde assumiu o poder.

 

Contexto Político Atual

 

O presidente Yoon enfrenta baixa popularidade, com índices de aprovação em torno de 20%. Desde sua eleição em 2022, sua gestão tem sido marcada por conflitos com o Parlamento, onde a oposição domina dois terços das cadeiras.

 

  • Investigação sobre sua esposa: O Partido Democrata de oposição tem pressionado por investigações sobre supostas irregularidades envolvendo a esposa de Yoon.
  • Orçamento vetado: Na semana passada, o Parlamento reduziu em 4 trilhões de won a proposta de orçamento do governo, intensificando as tensões com o gabinete presidencial.

 

Ações Sob a Lei Marcial

 

O comando da lei marcial emitiu uma proclamação de seis pontos que inclui:

 

  • Proibição de atividades políticas, reuniões e comícios.
  • Controle da imprensa e publicações.
  • Retorno obrigatório de médicos estagiários que haviam deixado seus postos em protesto contra reformas na saúde.

 

O gabinete presidencial defendeu a medida como necessária para estabilizar o país, enquanto críticos acusam Yoon de abuso de poder e repressão autoritária.

 

O Que Vem a Seguir

 

Embora o Parlamento tenha revogado a lei marcial, o episódio agrava a polarização política no país. Especialistas alertam que a crise pode enfraquecer ainda mais a já frágil administração de Yoon, enquanto protestos contra a declaração continuam em várias cidades.

 

O futuro imediato dependerá da capacidade do governo de encontrar um equilíbrio entre manter a ordem pública e atender às demandas políticas e sociais em meio a um ambiente altamente volátil.