Haddad defende ações do BC e Tesouro contra especulação e foco fiscal do governo

O governo federal liberou R$ 7,1 bilhões em emendas parlamentares na última quinta-feira (12.dez) e sexta-feira (13.dez) para destravar o pacote fiscal no Congresso Nacional. A liberação ocorre após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou os pagamentos suspensos.

 

Mesmo com os repasses, o clima no Congresso segue de desconfiança, e parlamentares pressionam por mais recursos para garantir a votação das propostas antes do recesso legislativo, que começa em 20 de dezembro.

 

Pacote Fiscal e Pressão Política

 

O governo pretende votar dois projetos principais do pacote fiscal nesta semana, incluindo:

 

  1. Regras mais rígidas para benefícios sociais, como Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada (BPC).
  2. Mudanças no cálculo do salário mínimo e gatilhos do arcabouço fiscal para controle de despesas.

 

Além disso, a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA) está prevista, mas ainda enfrenta resistência no Legislativo. Uma terceira proposta, a PEC do abono salarial e do Fundeb, deve ficar para 2025.

 

Detalhes dos Pagamentos

 

  • Emendas Individuais e de Bancada:
    • R$ 7,1 bilhões liberados, sendo R$ 3,2 bilhões via emendas Pix, mecanismo criticado pela falta de fiscalização.
    • Prefeitos têm até 31 de dezembro para apresentar planos de trabalho; o governo federal avaliará as propostas até fevereiro de 2025.
  • Verbas do Ministério da Saúde:
    • R$ 1,3 bilhão foi liberado para hospitais e clínicas, em negociação direta com o Executivo.
  • Emendas de Comissão (herdeiras do orçamento secreto):
    • R$ 8 bilhões ainda aguardam liberação.
    • O governo sinalizou que pretende liberar esses recursos apenas após o recesso parlamentar, o que gerou insatisfação entre congressistas.

 

Congresso Pressiona por Mais

 

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), prometeu ao governo votar o pacote fiscal nesta semana, mas enfrenta resistência de deputados do baixo clero, que se queixam da falta de debate e transparência. A suspensão das comissões da Casa, manobra adotada por Lira para priorizar o plenário, aumentou a insatisfação entre os parlamentares.

 

Nos bastidores, deputados e senadores têm enviado ofícios ao governo identificando as emendas que apadrinharam, pressionando pelo pagamento antes de votar o pacote.

 

Brechas e Preocupação Jurídica

 

O STF determinou que as comissões deveriam se reunir para aprovar a destinação das emendas. No entanto, o governo tem negociado diretamente com os parlamentares, aproveitando uma brecha da decisão do ministro Flávio Dino.

 

Servidores do Poder Executivo temem autorizar pagamentos e serem responsabilizados no futuro, caso a decisão seja questionada juridicamente.