A economia dos Estados Unidos criou 143 mil empregos não-agrícolas em janeiro, um número abaixo das expectativas do mercado, que projetava 169 mil novas vagas. Os dados foram divulgados pelo Departamento de Trabalho dos EUA nesta sexta-feira (07). Além disso, o número de dezembro foi revisado para 307 mil, acima do reportado inicialmente (256 mil).
Apesar da desaceleração na geração de empregos, a taxa de desemprego caiu de 4,1% para 4%, contrariando previsões que apontavam para estabilidade.
Destaques do Relatório Payroll de Janeiro
O relatório apontou uma distribuição desigual na geração de empregos entre os setores econômicos, destacando algumas áreas com forte contratação e outras em retração.
📌 Setores que mais contrataram:
- Saúde
- Comércio Varejista
- Assistência Social
📌 Setores que tiveram cortes de empregos:
- Mineração
- Extração de Petróleo e Gás
- Indústria de Transformação
A taxa de participação na força de trabalho teve leve alta, passando de 62,5% para 62,6%, indicando um pequeno aumento no número de pessoas economicamente ativas.
Já os salários médios por hora trabalhada cresceram 0,5% em janeiro, superando as projeções de 0,3%, o que pode alimentar pressões inflacionárias, especialmente no setor de serviços.
Reação dos Mercados
Os números do Payroll impactaram os mercados globais, que já estavam atentos à postura do Federal Reserve (Fed) em relação à política monetária. Às 10h36 (horário de Brasília), os índices futuros de Wall Street apresentavam oscilações negativas:
📉 Nasdaq 100 Futuros: -0,20%
📉 S&P 500 Futuros: -0,17%
📉 Dow Jones Futuros: -0,09%
No Brasil, o Ibovespa Futuros registrava alta de 0,2%, enquanto o dólar recuava 0,07%, cotado a R$ 5,756.
O Que os Economistas Dizem?
O relatório de emprego reforçou a visão do Federal Reserve de que a economia dos EUA segue resiliente, mas que a inflação continua sendo um fator de preocupação.
📢 Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad:
“Os números do relatório de janeiro confirmam a principal mensagem da última reunião do FOMC: a de que a economia americana apresenta um quadro de estabilidade marcado por desemprego muito baixo e inflação resistente acima da meta.”
📢 Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank:
“Os dados vieram robustos e mostram que o mercado de trabalho americano continua aquecido e, portanto, pressionando os preços – principalmente no setor de serviços.”
A queda na taxa de desemprego pode reforçar a visão de que o Fed não deve reduzir os juros tão cedo, já que um mercado de trabalho forte mantém a demanda aquecida e dificulta o controle da inflação.
Impacto na Política Monetária do Fed
Os números do Payroll reforçam o debate sobre os próximos passos do Federal Reserve, que vem adotando uma postura cautelosa quanto a cortes nos juros. O mercado ainda espera pelo menos duas reduções na taxa de juros ao longo de 2025, mas um mercado de trabalho forte pode levar o Fed a postergar esses cortes.
Os dados divulgados nesta sexta-feira se somam a outras métricas recentes que mostram uma economia ainda resiliente, mesmo diante das taxas de juros elevadas.