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O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, afirmou nesta segunda-feira que a política de juros da instituição está em um nível contracionista e caminha para ser “bastante contracionista”. A declaração foi dada durante um evento promovido pelo Bradesco (BVMF:BBDC4) Asset.

 

Guillen destacou que ainda é cedo para discutir quando o Banco Central encerrará o atual ciclo de alta da Selic, atualmente em 12,25% ao ano.
“Sempre nos guiaremos pela confiança de que estamos colocando a inflação na meta”, afirmou.

 

Dinamismo no consumo e crédito

 

Apesar das condições contracionistas, Guillen observou que o dinamismo do consumo das famílias, impulsionado por gastos do governo, e o desempenho do crédito estão mitigando parcialmente os efeitos da política monetária.
“É importante que os canais de transmissão da política monetária para os preços tenham fluidez, garantindo que a inflação seja direcionada para a meta”, explicou.

 

Ele também afastou a possibilidade de uma mudança drástica na taxa neutra de juros – nível que não estimula nem contrai a economia. Para Guillen, o Banco Central dispõe dos instrumentos necessários para levar a inflação de volta à meta.

 

Próximos passos na política monetária

 

Na reunião de dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 1 ponto percentual, com a previsão de mais dois aumentos de igual magnitude em janeiro e março, levando a taxa a 14,25% ao ano, caso as expectativas sejam confirmadas.

“O guidance está definido, mas continuaremos acompanhando dados econômicos, inflação e projeções antes de tomar decisões”, destacou Guillen.

 

Ele ressaltou que o BC considera o cenário econômico menos incerto, mas também mais adverso, o que permitiu à instituição fornecer uma orientação mais clara ao mercado.

 

Inflação e câmbio

 

A recente depreciação cambial será analisada pelo Banco Central para avaliar como ela afetará os preços no Brasil. Guillen destacou que a redução da inflação em outros países será crucial para conter os preços internos.

 

A partir de 2025, o Banco Central perseguirá uma meta contínua de inflação, medida mensalmente, com um alvo de 3% e tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

 

A inflação fechou 2024 em 4,83%, acima do teto da meta. Guillen destacou que o desvio em relação ao alvo foi mais disseminado entre os componentes do índice do que em 2022, quando a inflação também superou a meta.
“A deterioração das expectativas para a inflação incomoda, pois eleva o custo de trazê-la de volta à meta”, concluiu.