O Ibovespa operava em baixa na manhã desta quinta-feira, 13 de fevereiro, pressionado pelo recuo das commodities, mesmo diante da elevação das bolsas de Nova York e da queda dos juros futuros no Brasil.
A aversão ao risco se intensificou com a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (PPI) dos Estados Unidos, um dia após o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) surpreender negativamente o mercado. O PPI subiu 0,4% em janeiro, acima da expectativa de 0,3%, enquanto o núcleo avançou 0,3% na margem e 3,6% no ano.
O operador Diego Faust, da Manchester Investimentos, destacou que o dado reforça a expectativa de que o Federal Reserve não reduzirá os juros no curto prazo. “Ontem a precificação da primeira queda de juros nos Estados Unidos mudou de junho para setembro. Mas vale lembrar que no ano passado havia a expectativa de corte iniciando em março, o que não aconteceu. Ainda vemos dados muito resilientes”, afirmou.
Commodities pesam sobre o Ibovespa
A desvalorização das commodities era um dos principais fatores negativos para o Ibovespa. O minério de ferro caiu 1,52% na China, enquanto o petróleo recuava cerca de 1%, diante das expectativas de um possível cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia.
O mercado também monitora uma possível anunciação de tarifas recíprocas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, o que poderia impactar ainda mais o setor de exportação.
No setor de commodities, as principais ações recuavam: Vale (BVMF:VALE3) caía 1,11%, enquanto Petrobras PN (BVMF:PETR4) cedia 0,58% e Petrobras ON recuava 0,53%.
Dados do varejo reforçam cautela
Após o inesperado recuo do volume de serviços em dezembro, o IBGE divulgou a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) nesta manhã.
- As vendas do comércio varejista caíram 0,1% em dezembro ante novembro, em linha com as expectativas do mercado. No acumulado de 2024, houve alta de 4,7%.
- No varejo ampliado – que inclui material de construção, veículos e atacado alimentício – as vendas caíram 1,1% em dezembro, contrariando a projeção de crescimento de 0,1%. No ano, o setor teve avanço de 4,1%.
O analista Enrico Cozzolino, da Levante Investimentos, atribuiu a desaceleração do varejo à desvalorização cambial, que encarece produtos importados e pressiona a inflação. “A queda não é reflexo do mercado de trabalho, da renda ou da inflação propriamente dita, mas sim do dólar alto, que impactou os preços nos últimos três meses de 2024″, explicou.
Destaques Corporativos
- Suzano (BVMF:SUZB3) informou um prejuízo líquido de R$ 6,737 bilhões no quarto trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 4,515 bilhões registrado no mesmo período de 2023. No entanto, o Ebitda ajustado cresceu 44%, para R$ 6,481 bilhões, e a receita líquida aumentou 37%, para R$ 14,177 bilhões. A ação subia 0,74%.
- Vale (BVMF:VALE3) confirmou o lançamento do programa Novo Carajás nesta sexta-feira, com foco em aumentar a produção de minério de ferro e cobre.
Desempenho do Ibovespa
Na quarta-feira, o Ibovespa fechou em baixa de 1,69%, aos 124.380,21 pontos.
Por volta das 11h31 desta quinta-feira, o índice recuava 0,46%, aos 123.807,84 pontos. A mínima do dia foi de 123.777,69 pontos (-0,48%), enquanto a abertura ocorreu em 124.372,20 pontos (-0,01%).