O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou nesta segunda-feira (10) que o governo brasileiro esteja considerando taxar plataformas digitais norte-americanas caso o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, imponha tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio brasileiros. A informação havia sido divulgada pela Folha de S.Paulo, mas foi prontamente refutada pelo ministro.
A medida poderia representar um impacto significativo no comércio entre Brasil e EUA, uma vez que o país é um dos principais fornecedores de aço para o mercado norte-americano. No entanto, Haddad afirmou que o governo não tomará decisões baseadas em anúncios preliminares.
Haddad Reafirma Posição do Governo
Em publicação no X (antigo Twitter), Haddad afirmou que a notícia não procede e que o governo brasileiro não pretende retaliar empresas de tecnologia caso o aumento das tarifas se concretize.
“Para não deixar dúvida, não é correta a informação de que o governo Lula deve taxar empresas de tecnologia se o governo dos Estados Unidos impuser tarifas ao Brasil”, declarou o ministro.
Ele também ressaltou que o governo só se pronunciará sobre o tema com base em decisões concretas e não em anúncios que possam ser mal interpretados ou revistos.
“Vamos aguardar a orientação do presidente”, acrescentou Haddad.
Posição Cautelosa do Governo Brasileiro
De acordo com informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o governo brasileiro acompanha com cautela os movimentos de Trump e entende que uma resposta precipitada poderia resultar em uma guerra comercial desnecessária.
A taxação de empresas de tecnologia já vem sendo debatida internamente há meses. Em setembro de 2024, o Ministério da Fazenda havia afirmado que poderia encaminhar propostas para a tributação das big techs ao Congresso, caso houvesse frustração de receitas orçamentárias.
A avaliação é que a medida poderia ser aplicada rapidamente caso o governo norte-americano intensifique sua guerra comercial e inclua o Brasil como um de seus alvos principais.
Impactos para a Economia Brasileira
As tarifas anunciadas por Trump no último domingo fazem parte de uma estratégia mais ampla de revisão da política comercial dos EUA, e podem gerar efeitos significativos para setores exportadores do Brasil.
Se concretizadas, as tarifas devem impactar diretamente as seguintes empresas brasileiras:
- Companhia Brasileira de Alumínio (CBA)
- Usiminas (BVMF:USIM5)
- Gerdau (BVMF:GGBR4)
- CSN (BVMF:CSNA3)
Já no setor de tecnologia, empresas como Google, Meta e Amazon poderiam ser alvos de tributação caso o Brasil decidisse adotar medidas retaliatórias.
Reações Oficiais
O Palácio do Planalto declarou que não comentará o assunto no momento. Da mesma forma, os Ministérios da Fazenda, Relações Exteriores e Desenvolvimento, Indústria e Comércio ainda não emitiram comunicados formais sobre o tema.
A posição de Haddad reflete a tentativa do governo brasileiro de evitar um conflito comercial com os Estados Unidos, especialmente em um momento de volatilidade no cenário econômico global.
A expectativa agora recai sobre a confirmação oficial das tarifas por parte de Trump e possíveis medidas do Brasil para mitigar os impactos sobre sua economia.