O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (18) que o Banco Central (BC) e o Tesouro Nacional estão atuando para evitar movimentos especulativos no mercado financeiro. Segundo ele, o governo está comprometido em manter consistência na gestão fiscal, medida essencial para garantir a estabilidade econômica do país.
Oscilações no câmbio e postura do governo
Durante entrevista a jornalistas, Haddad abordou as recentes oscilações cambiais e explicou que elas refletem as incertezas do momento. Ele, no entanto, se mostrou confiante na estabilização desses movimentos.
“Nas conversas com as grandes instituições, as previsões são melhores do que as que os especuladores estão fazendo”, disse Haddad.
O ministro garantiu que o Ministério da Fazenda continuará monitorando a situação cambial e adotando as ações necessárias para lidar com o cenário atual.
Avanço das medidas fiscais no Congresso
Haddad destacou que o Congresso Nacional está próximo de concluir a votação de medidas de contenção de gastos. Entre elas, está a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) enviada pelo governo, que visa fortalecer o arcabouço fiscal e controlar as despesas públicas.
Ele demonstrou confiança de que as propostas não serão desidratadas durante o processo legislativo:
“Estamos fazendo a nossa parte, garantindo que as medidas enviadas sejam aprovadas e convencendo as pessoas de sua importância para reforçar o arcabouço fiscal”, explicou o ministro.
Nesta quarta-feira, Haddad também terá reuniões com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e lideranças partidárias para alinhar o cronograma de votação das propostas.
Sustentabilidade das contas públicas
Quando questionado sobre o impacto do pacote fiscal na estabilidade das contas públicas, Haddad enfatizou que a aprovação das medidas é apenas um passo no processo de ajuste fiscal.
Ele mencionou o caso da desoneração da folha de pagamento de alguns setores, que está prevista para ser reduzida gradualmente nos próximos anos. Contudo, ele alertou que, sem uma fonte de compensação financeira, a medida não poderá ser implementada em 2024.
“Precisamos encontrar uma solução para compensar a desoneração e atender à decisão unânime do Supremo Tribunal Federal (STF). Se isso for viabilizado, juntamente com as medidas que limitam os gastos dentro do marco fiscal, poderemos alcançar a meta fiscal definida pelo Congresso”, explicou Haddad.
O ministro reforçou que o governo continuará atuando com responsabilidade fiscal e focado no cumprimento das metas econômicas estabelecidas.