O governo de Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta duras críticas após recuar na fiscalização do PIX, medida que previa maior controle sobre transações acima de R$ 5 mil. O episódio, apontado como uma dupla derrota política, foi marcado por desinformação e má coordenação entre os setores do governo.
Contexto do recuo
A norma da Receita Federal tinha como objetivo intensificar o combate à sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Contudo, a medida foi alvo de uma campanha massiva de fake news, que associou falsamente a fiscalização à “taxação do PIX”. A reação negativa foi imediata, especialmente entre trabalhadores autônomos e informais.
Um vídeo divulgado pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), alcançando mais de 200 milhões de visualizações, contribuiu para amplificar as críticas. “Ele se tornou um símbolo da oposição nesta questão, mesmo sem poder concorrer à presidência em 2026 devido à idade”, observou um analista político.
Impacto político
O recuo expôs a fragilidade do governo e fortaleceu o poder de barganha do centrão, que agora pressiona por uma reforma ministerial mais ampla. Líderes políticos e especialistas apontam falta de estratégia e desgaste do presidente Lula.
“O recuo, da forma como foi feito, demonstrou uma fragilidade do governo como há muito tempo eu não via,” afirmou o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente do PP.
A base aliada admitiu que a situação gerou um “bate-cabeça” dentro do governo. A falta de comunicação direta com a população foi outro ponto criticado.
“Era preciso contar uma história para as pessoas, explicar a medida ao eleitor. Faltou conversar com a sociedade,” afirmou um marqueteiro próximo ao Planalto.
Centrão em vantagem
Com a crise, o centrão emerge como o principal beneficiado, exigindo mais espaço no governo. “Ou faz uma virada em 60 dias ou não sei,” alertou o presidente do PP.
O que estava em jogo
A medida derrubada visava fiscalizar transações financeiras significativas, mas o recuo deixou uma sensação de vulnerabilidade no governo. Especialistas alertam que a narrativa criada pela oposição pode prejudicar a confiança nas políticas do Planalto e aumentar a resistência em futuros projetos.