O dólar à vista ultrapassou a marca histórica de R$ 6,00 nesta quinta-feira, pela primeira vez desde o início de sua circulação, em 1994. O movimento reflete a reação negativa do mercado ao pacote fiscal anunciado pelo governo, que incluiu uma inesperada reforma do Imposto de Renda (IR).
Movimentação do Dólar
Às 11h30 AM, o dólar à vista subia 1,33%, cotado a R$ 5,9930 na venda, após atingir a máxima intradiária de R$ 6,0004.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento avançava 0,50%, negociado a R$ 5,989 na venda.
Esse avanço ocorre após o dólar fechar em alta de 1,80% na quarta-feira, a R$ 5,9141, o maior valor nominal registrado desde a criação do real.
Pacote Fiscal e Reforma do IR
O aumento no dólar é uma resposta direta ao pacote fiscal e à reforma do IR anunciados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na quarta-feira à noite. As medidas incluem:
- Ampliação da faixa de isenção do IR para rendas de até R$ 5 mil por mês.
- Um pacote de contenção de gastos estimado em R$ 71,9 bilhões para os próximos dois anos.
Reações do Mercado
O mercado avaliou as medidas como insuficientes para garantir o equilíbrio fiscal, especialmente devido à ampliação da isenção de IR, que representa uma renúncia fiscal significativa.
A alta do dólar reflete a crescente preocupação dos investidores com a capacidade do governo de compensar a perda de arrecadação e sustentar o arcabouço fiscal.
Contexto Histórico
Esta é a primeira vez que o dólar supera a marca de R$ 6,00, um reflexo da combinação entre a incerteza fiscal interna e fatores externos que fortalecem a moeda norte-americana, como a expectativa de políticas comerciais agressivas do governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
O mercado continua monitorando o impacto das medidas anunciadas pelo governo e a reação dos parlamentares à reforma tributária, que deverá ser discutida no Congresso nos próximos meses.