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O dólar à vista apresentava leve oscilação nesta terça-feira, refletindo a cautela dos investidores diante da escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China e da análise da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil.

 

Por volta das 9h47, o dólar à vista recuava 0,09%, cotado a R$ 5,8107 na venda. Já o dólar futuro de primeiro vencimento, negociado na B3, subia 0,04%, sendo vendido a R$ 5.839,5.

 

Essa movimentação modesta reflete o equilíbrio entre fatores globais e locais que influenciam o comportamento da moeda norte-americana.

 

Conflito Comercial EUA-China Eleva Incertezas Globais

 

O principal fator externo que impacta o mercado cambial é o agravamento da guerra comercial entre EUA e China. Após o presidente dos EUA, Donald Trump, implementar tarifas adicionais de 10% sobre produtos chineses e 25% sobre importações do México e Canadá, a China respondeu com medidas retaliatórias, impondo tarifas de até 15% sobre carvão e GNL dos EUA e 10% sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e caminhões.

 

Essa escalada nas tarifas entre as duas maiores economias do mundo gera preocupações sobre o impacto no comércio global e no crescimento econômico, aumentando a demanda por ativos considerados mais seguros, como o dólar. Como resultado, o dólar avançava frente a moedas de economias emergentes, especialmente aquelas com forte relação comercial com a China, como o peso mexicano e o rand sul-africano.

 

Real Mostra Resiliência Apesar da Volatilidade Externa

 

Apesar da pressão global, o real brasileiro demonstrava resiliência. O dólar à vista no Brasil mostrava pouca variação, refletindo um movimento de correção técnica após uma sequência de 11 sessões consecutivas de desvalorização da moeda norte-americana em relação ao real.

 

Analistas atribuem essa estabilidade à percepção de que, assim como ocorreu com o México e o Canadá, o governo dos EUA pode recuar das tarifas contra a China, caso negociações avancem. Segundo Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank, a postura agressiva de Trump nas negociações comerciais pode ser uma estratégia para obter vantagens em acordos futuros, o que diminui o impacto imediato sobre os mercados cambiais.

 

Ata do Copom em Foco: Expectativas para a Política Monetária

 

No cenário doméstico, o destaque ficou por conta da divulgação da ata da última reunião do Copom, em que o Banco Central elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 13,25% ao ano, sinalizando a possibilidade de novos aumentos nas próximas reuniões.

 

O documento destacou riscos relevantes para a inflação, incluindo a desancoragem das expectativas inflacionárias, o aquecimento da economia e os impactos das políticas econômicas sobre o câmbio. O Copom também reconheceu que, apesar da materialização de parte desses riscos, eles permanecem presentes no horizonte prospectivo da política monetária.

 

Economistas avaliam que o BC adotou um tom mais cauteloso, o que pode limitar a valorização do real no curto prazo, especialmente se o cenário externo continuar volátil.

 

Dados Econômicos do Brasil Reforçam Pressões Inflacionárias

 

O IBGE divulgou que o Índice de Preços ao Produtor (IPP) acelerou em dezembro, encerrando 2024 com uma alta acumulada de 9,42%, impulsionada principalmente pelo aumento dos preços dos alimentos. Esse dado reforça as preocupações com a inflação no Brasil e pode influenciar as decisões futuras do Banco Central em relação à política de juros.