O dólar à vista registrava leve alta frente ao real nesta quarta-feira (31), mesmo após o Banco Central injetar US$ 2 bilhões no mercado por meio de um leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra). Os investidores seguem atentos às decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) e do Comitê de Política Monetária (Copom), que serão anunciadas ao longo do dia.
Movimentação do câmbio
Às 11h06 AM, o dólar à vista avançava 0,16%, cotado a R$ 5,8785 na venda.
Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,46%, sendo negociado a R$ 5,886 na venda.
O Banco Central (BC) realizou seu segundo leilão de linha sob o comando de Gabriel Galípolo, garantindo liquidez ao mercado e evitando volatilidade excessiva no câmbio. A operação busca rolar um leilão anterior de US$ 2 bilhões, realizado em 12 de dezembro, com vencimento para 4 de fevereiro de 2025.
A primeira intervenção cambial da gestão Galípolo ocorreu em 20 de janeiro, quando o BC vendeu US$ 2 bilhões no mesmo dia da posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Apesar do leilão desta quarta-feira, o mercado cambial segue oscilando, refletindo a espera pelos anúncios do Fed e do Copom.
Foco no Fed: decisão de juros e discurso de Powell
A grande expectativa do dia é a decisão de juros do Fed, que será divulgada às 16h (horário de Brasília). O mercado projeta manutenção da taxa de juros, após três cortes consecutivos.
Os investidores devem acompanhar atentamente a coletiva de imprensa de Jerome Powell, presidente do Fed, para buscar pistas sobre a trajetória dos juros nos próximos meses e possíveis impactos das políticas econômicas do novo governo Trump.
No encontro de dezembro, o Fed reduziu a previsão de cortes para este ano de quatro para apenas duas reduções, sinalizando cautela diante da resiliência do mercado de trabalho e da inflação ainda elevada.
Copom: expectativa de alta na Selic
No Brasil, o Copom divulgará sua primeira decisão sob o comando de Gabriel Galípolo após o fechamento dos mercados. A precificação dos operadores indica uma elevação de 1 ponto percentual na Selic, para 13,25% ao ano, conforme já sinalizado pelo BC em dezembro.
A reunião também contará com a participação de três novos diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que aumenta o interesse do mercado no tom do comunicado pós-reunião.
“O Copom precisará ser muito preciso no comunicado… Uma postura mais conservadora fortaleceria o real”, afirmou Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
O diferencial de juros entre Brasil e EUA é um fator crucial para a atratividade do real no mercado internacional, tornando-o mais competitivo frente ao dólar.
Dólar global e cenário externo
O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, avançava 0,29%, atingindo 108,230 pontos.