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O dólar opera em queda nesta segunda-feira (10), revertendo os ganhos iniciais que levaram a moeda a R$ 5,8246 (+0,54%), em meio à valorização das commodities e sinais de aquecimento da inflação na China. No mercado à vista, a divisa americana chegou a atingir R$ 5,7743 (-0,33%) na mínima intradiária.

 

A movimentação ocorre em um cenário de cautela global, com investidores acompanhando as novas tarifas comerciais anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que devem impactar exportadores brasileiros de aço e alumínio.

 

Alta das Commodities Impulsiona o Real

 

A valorização de commodities como petróleo e minério de ferro ajudou a fortalecer o real na sessão de hoje. O minério de ferro subiu 0,79% na Bolsa de Dalian, refletindo a retomada da demanda chinesa, enquanto o petróleo registrou ganhos, em meio a sanções dos EUA contra uma rede de transporte de petróleo do Irã para a China.

 

Na China, a inflação ao consumidor (CPI) avançou 0,5% em janeiro, superando a expectativa de 0,4%. O núcleo da inflação, que exclui alimentos e energia, subiu 0,6%, reforçando sinais de recuperação da demanda interna.

 

“O aumento da inflação na China sugere um impacto positivo nas exportações brasileiras, especialmente de commodities, trazendo fluxo de capital para o país e sustentando a valorização do real”, destacou Jefferson Rugik, diretor da Correparti.

 

Apesar da alta do real frente ao dólar, o mercado segue atento ao aumento dos rendimentos dos Treasuries e à expectativa de novas tarifas comerciais dos EUA.

 

Tarifas de Trump no Radar do Mercado

 

O mercado opera sob expectativa da confirmação das tarifas de 25% sobre aço e alumínio pelos EUA ainda nesta segunda-feira. Além disso, Trump prometeu anunciar tarifas recíprocas contra parceiros comerciais na terça-feira ou quarta-feira, o que pode trazer novos impactos para empresas exportadoras brasileiras.

 

Empresas afetadas:

 

  • Companhia Brasileira de Alumínio (CBA)

 

  • Usiminas (BVMF:USIM5)

 

  • Gerdau (BVMF:GGBR4)

 

  • CSN (BVMF:CSNA3)

 

No pré-mercado em Nova York, os ADRs da CSN caíam 1,32%, enquanto os da Gerdau subiam 1,40%, refletindo expectativas divergentes quanto ao impacto das tarifas.

 

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deve se encontrar com o vice-presidente dos EUA, JD Vance, na terça-feira, durante um evento em Paris sobre inteligência artificial (IA), o que pode trazer novos desdobramentos para as relações comerciais entre Europa e Estados Unidos.

 

Expectativa para o IPCA e o Impacto na Política Monetária

 

Outro fator de atenção no mercado é a divulgação do IPCA de janeiro, que será publicada na terça-feira. O Boletim Focus desta segunda-feira trouxe nova elevação das expectativas inflacionárias:

 

  • Inflação suavizada em 12 meses: 5,87% (anterior: 5,74%).

 

  • IPCA para 2025: 5,58% (alta pela 17ª semana consecutiva).

 

  • IPCA para 2026: 4,30%.

 

O Banco Central, em sua última decisão, elevou a Selic para 13,25% e indicou novo aumento em março, reafirmando a necessidade de convergência da inflação para a meta de 3% até 2026.

 

“A contínua revisão para cima das projeções de inflação reforça a percepção de que o Banco Central pode manter uma postura mais dura na política monetária”, afirmam analistas do mercado.

 

Cotação do Dólar e Expectativa para a Sessão

 

Às 10h06, o dólar à vista caía 0,30%, a R$ 5,7763, enquanto o dólar futuro para março recuava 0,59%, a R$ 5,7975.

 

Os investidores seguem atentos aos desdobramentos da política tarifária dos EUA, que podem redefinir o cenário para exportadores brasileiros e para o comportamento do câmbio ao longo da semana.