Haddad defende ações do BC e Tesouro contra especulação e foco fiscal do governo

O dólar mantinha forte alta nesta segunda-feira (2.dez.2024), cotado perto de R$ 6,10, pressionado por incertezas fiscais no Brasil, tensões geopolíticas e expectativas sobre a política monetária dos Estados Unidos.

 

Movimentação do Dólar

 

Às 13h00 PM, a moeda americana subia 1,91%, negociada a R$ 6,0876 no mercado à vista. No mercado futuro, o contrato com vencimento em janeiro de 2025 avançava 1,60%, atingindo R$ 6,10 na B3, confirmando o clima de pressão sobre o câmbio.

 

Cenário Doméstico

 

No Brasil, o mercado reage negativamente ao pacote fiscal apresentado pelo governo, que prevê economia de R$ 71,9 bilhões em dois anos. Analistas destacam a falta de detalhamento sobre como medidas como a ampliação da isenção do Imposto de Renda serão compensadas, alimentando a percepção de risco.

 

O ambiente fiscal deteriorado é agravado pela piora das projeções de inflação e a expectativa de alta na taxa Selic em 2025 e 2026, conforme apontado no Boletim Focus.

 

Contexto Internacional

 

Externamente, o dólar se valorizava frente às principais moedas globais, refletindo o aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano. O Índice Dólar, que mede o desempenho da moeda frente a uma cesta de divisas, subia 0,81%, alcançando 106,685 pontos.

 

As tensões geopolíticas também pesavam no cenário. Recentes ameaças tarifárias do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, contra os países do Brics adicionaram volatilidade ao mercado.

 

Trump prometeu tarifas de 100% sobre importações de países do bloco, incluindo o Brasil, caso avancem iniciativas para substituir o dólar em transações internacionais.

 

Risco para o Brasil

 

O apoio do governo brasileiro a mecanismos de pagamento alternativos dentro do Brics intensificou a percepção de risco entre investidores estrangeiros, elevando a pressão sobre o real.

 

Analistas apontam que o nervosismo global e o ambiente fiscal interno tornam o cenário mais desafiador, com o real seguindo na contramão de pares emergentes em uma semana marcada por incertezas.