A taxa de desocupação no trimestre encerrado em novembro atingiu 6,1%, conforme projetado pelo mercado, marcando o menor nível da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse resultado representa uma queda de 0,5 ponto percentual (p.p.) em comparação ao trimestre de junho a agosto, quando o índice era de 6,6%, e uma redução de 1,4 p.p. frente ao mesmo período de 2023, quando a taxa era de 7,5%.
Rendimento Estável e Massa Salarial em Expansão
De acordo com o IBGE, o rendimento real habitual de todos os trabalhos foi de R$ 3.285, mantendo-se estável no trimestre, mas apresentando um avanço anual de 3,4%.
A massa de rendimento real habitual também atingiu um patamar recorde, somando R$ 332,7 bilhões, o que representa um crescimento de 2,1% no trimestre e 7,2% no acumulado do ano.
Recordes de Ocupação e Queda na Desocupação
A população ocupada chegou a 103,9 milhões, o maior número já registrado, representando um aumento de 1,4% no trimestre e 3,4% no ano.
Simultaneamente, a população desocupada foi reduzida para 6,8 milhões, o menor nível desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014. O indicador registrou uma queda de 7,0% no trimestre e 17,5% no acumulado do ano.
Repercussão no Cenário Econômico
O economista Maykon Douglas avaliou que os dados reforçam a resiliência do mercado de trabalho, com geração de postos formais e aumento na massa salarial. “Os salários médios voltaram a subir no 4º trimestre de 2024, após sinais de estabilização ao longo do ano, indicando um momentum positivo”, afirmou.
Esse cenário, no entanto, pode complicar a tarefa do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em alcançar a meta de inflação. Segundo Douglas, o comportamento do mercado de trabalho foi um dos fatores que justificaram o “choque” nas decisões da última reunião do colegiado.