Pix por aproximação será lançado em 28 de fevereiro, ampliando opções de pagamento

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) deve anunciar, nesta quarta-feira (29 de janeiro), um aumento de 100 pontos-base na taxa Selic, elevando-a para 13,25% ao ano. A decisão é amplamente esperada por economistas, que preveem uma postura hawkish (dura) para reforçar o compromisso com o controle da inflação e evitar ruídos na comunicação sob a nova gestão de Gabriel Galípolo.

 

Sinais de continuidade

 

Na reunião anterior, o Copom já havia sinalizado a intenção de implementar mais duas altas de juros. Analistas acreditam que o colegiado manterá o discurso firme, sem grandes surpresas nesta decisão.
“A piora em variáveis importantes, como as expectativas inflacionárias do Boletim Focus, sustenta a necessidade de uma postura dura”, afirma Rodolfo Margato, economista da XP Investimentos, que projeta um pico da Selic em 15,5% em junho.

 

Credibilidade sob nova gestão

 

Essa será a primeira reunião sob o comando de Gabriel Galípolo, que substituiu Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central. Para analistas, a decisão deve ser unânime para reforçar a credibilidade da nova gestão.

“Uma decisão dividida geraria ruídos desnecessários, especialmente nesta primeira reunião”, destacou Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

 

O Copom também deve evitar antecipar sinais sobre as próximas decisões, retirando o plural do forward guidance, permitindo maior flexibilidade para ajustar a política monetária diante de mudanças no cenário econômico.

 

Pressões inflacionárias em destaque

 

Os principais fatores que devem ser analisados incluem:

 

  • Inflação de serviços: Continua elevada e distante da meta de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
  • Câmbio e hiato do produto: O crescimento acima do potencial ainda pressiona os preços, apesar da desaceleração econômica.
  • Política fiscal: A necessidade de alinhamento com a política monetária pode ser reiterada, embora de forma cautelosa.
  • Influência externa: As tarifas previstas pelo governo de Donald Trump também são vistas como um possível risco a ser monitorado.

 

Mauro Rochlin, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), destaca que a inflação recente, impulsionada por alimentos e bebidas, reforça a necessidade de manter uma política monetária mais rígida.
“Sem o bônus de Itaipu, o IPCA-15 teria sido ainda mais elevado. O Banco Central deve reforçar o impacto da inflação de serviços neste comunicado”, disse Rochlin.

 

Expectativas para a Selic

 

Economistas consultados esperam que a Selic atinja 15,25% em junho, com uma trajetória de alta que deve manter o compromisso com a convergência da inflação à meta no horizonte relevante.