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A China anunciou nesta terça-feira, 6 de fevereiro, uma série de tarifas retaliatórias contra os Estados Unidos, em resposta direta às novas medidas tarifárias impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre produtos chineses. A decisão acirra as tensões entre as duas maiores economias do mundo, alimentando preocupações com o impacto nas cadeias globais de suprimentos e no crescimento econômico global.

 

As novas tarifas impostas pelos EUA, que preveem um acréscimo de 10% sobre todas as importações chinesas, entraram em vigor às 2h01 (horário de Brasília), em meio a críticas de Trump sobre o suposto fracasso da China em conter o fluxo de drogas ilícitas, como o fentanil, para o território norte-americano.

 

Detalhamento das Tarifas da China contra os EUA

 

Poucos minutos após a entrada em vigor das tarifas dos EUA, o Ministério das Finanças da China anunciou tarifas de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito (GNL) provenientes dos Estados Unidos, além de uma taxa de 10% sobre o petróleo bruto, equipamentos agrícolas e veículos, incluindo caminhões e sedãs com motores de grande porte.

 

Entre as medidas destacam-se:

 

  • 15% de tarifa para carvão e GNL dos EUA;

 

  • 10% para o petróleo bruto e equipamentos agrícolas;

 

  • Taxas sobre caminhões elétricos, incluindo o Cybertruck da Tesla (NASDAQ: TSLA);

 

  • Controle de exportação sobre metais críticos para eletrônicos e equipamentos militares.

 

Investigações Contra Empresas Americanas

 

Em um movimento paralelo, a China iniciou uma investigação antimonopólio contra o Google, da Alphabet (NASDAQ: GOOGL), e incluiu a PVH Corp (NYSE: PVH), controladora da Calvin Klein, e a Illumina, empresa de biotecnologia, em uma lista de empresas sujeitas a possíveis sanções.

 

Além disso, o Ministério do Comércio da China e a Administração de Alfândega anunciaram a imposição de controles de exportação sobre metais essenciais para a produção de eletrônicos, equipamentos militares e painéis solares, o que pode agravar ainda mais a crise nas cadeias globais de suprimentos.

 

Impacto nas Relações Comerciais e Econômicas

 

O aumento das tarifas representa uma continuação das tensões comerciais que já haviam sido evidentes durante o primeiro mandato de Trump, quando uma guerra comercial de dois anos resultou em centenas de bilhões de dólares em tarifas sobre produtos chineses.

 

Segundo Gary Ng, economista sênior da Natixis em Hong Kong, o cenário atual é desafiador:

 

“Ao contrário do Canadá e do México, é claramente mais difícil para os EUA e a China concordarem com as exigências econômicas e políticas de Trump. O otimismo anterior do mercado em relação a um acordo rápido ainda parece incerto.”

 

As tarifas da China entram em vigor em 10 de fevereiro, oferecendo um breve espaço para negociações diplomáticas entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping, que devem conversar nos próximos dias. No entanto, analistas acreditam que o clima de tensão deve persistir, mesmo que um acordo parcial seja alcançado.

 

Possíveis Repercussões no Cenário Global

 

Além do impacto direto nas exportações e importações, a Oxford Economics alertou que o aumento das tarifas pode resultar em uma revisão negativa do crescimento econômico da China, destacando o risco de uma crise econômica global caso as disputas se intensifiquem.

 

Nos Estados Unidos, há temores de que as tarifas possam impulsionar a inflação e reduzir as chances de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve, enquanto na China o foco está nos possíveis efeitos sobre a demanda interna e o setor industrial.

 

O Papel do Fentanil nas Tensões Comerciais

 

Trump destacou que novas tarifas poderão ser impostas se a China não adotar medidas concretas para interromper o fluxo de fentanil para os EUA, um opioide que tem contribuído para a crise de overdose no país. A China, por sua vez, argumenta que o problema do fentanil está enraizado em questões internas dos EUA.

 

Apesar das retaliações, o governo chinês afirmou que ainda há espaço para diálogo, indicando que continuará buscando soluções diplomáticas, inclusive por meio de recursos na Organização Mundial do Comércio (OMC).