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O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta sexta-feira que a transmissão da variação do câmbio para a inflação, conhecida como pass through, depende do nível de aquecimento da economia e da persistência da desvalorização do real.

“Os modelos têm dispersão considerável sobre o que se espera de transmissão do câmbio para a inflação”, analisou Galípolo. “A transmissão do câmbio depende muito de o quão aquecida está a atividade e se o movimento de depreciação é contínuo“, completou.

Mudança na política monetária dos EUA e impacto no câmbio

 

Durante um evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (Iedi), Galípolo destacou o impacto da política monetária dos EUA sobre a taxa de câmbio no Brasil.

Desde o início de 2025, o dólar acumulou uma desvalorização de mais de 7% em relação ao real, acompanhando a queda da moeda norte-americana e das taxas dos Treasuries no exterior.

Segundo o presidente do Banco Central, no ano passado, os mercados tentaram antecipar as tarifas de importação que poderiam ser adotadas pelo novo governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, elevando os preços. No entanto, a confirmação de medidas tarifárias mais brandas contribuiu para reduzir o prêmio de risco e aliviar a pressão sobre os preços dos ativos.

“Ainda estamos tentando entender medidas efetivas que vão ser feitas nos EUA e suas repercussões“, afirmou Galípolo.

Incerteza sobre tarifas norte-americanas e influência nos mercados

 

Galípolo observou que a não implementação imediata das tarifas originalmente prometidas por Trump gerou alívio nos agentes financeiros, evitando uma reação mais brusca no câmbio e na inflação.

“Não se trata de dizer que é melhor com tarifa, ao contrário, é dizer que existe um prêmio considerável de incerteza sobre qual vai ser a política e quais serão os impactos. Essa incerteza, dependendo da sua concretização ou não, tem influenciado o preço dos ativos”, disse Galípolo.

Além disso, ele destacou que o impacto das tarifas norte-americanas sobre o Brasil pode ser menor do que em outras economias, como a do México, devido à menor conexão comercial brasileira com os EUA.