As autoridades do Federal Reserve indicaram uma pausa nos cortes na taxa de juros devido ao progresso lento na redução da inflação e à resiliência da economia norte-americana. A ata da reunião de dezembro, que será divulgada nesta quarta-feira (10) às 4:00 PM (horário de Brasília), pode fornecer mais detalhes sobre o consenso entre os membros do banco central em meio ao cenário econômico incerto sob o novo governo de Donald Trump.
Após a redução de 0,25 ponto percentual na reunião de 17 e 18 de dezembro, Jerome Powell, chair do Fed, destacou que as próximas decisões serão tomadas com cautela, comparando a situação a “dirigir em uma noite de neblina” ou “entrar em uma sala escura cheia de móveis”. A incerteza está ligada aos impactos das políticas fiscais e comerciais propostas pelo presidente eleito.
Projeções de cortes moderados
As projeções do Fed divulgadas após a reunião sugerem que o banco central prevê apenas 0,5 ponto percentual de cortes adicionais na taxa de juros para 2025, reduzindo as expectativas em relação aos 1,0 ponto percentual projetados em setembro. Atualmente, a taxa de juros está na faixa de 4,25% a 4,5%.
De acordo com analistas do Citi, a ata deve refletir um tom mais “hawkish” (inclinado a políticas monetárias mais restritivas), discutindo preocupações sobre a possibilidade de a inflação permanecer elevada caso as taxas não sejam suficientemente restritivas. Também poderá abordar a necessidade de ajustar as taxas para que a inflação volte à meta de 2%.
Contexto econômico
Nos últimos meses, os dados econômicos dos EUA mantiveram-se sólidos. O crescimento do PIB permanece acima de 2%, o desemprego está estabilizado em torno de 4% e a medida preferida do Fed para a inflação, o Índice de Preços de Gastos com Consumo Pessoal (PCE), está em 2,4%.
Autoridades do banco central indicaram que novos cortes nos juros dependerão de mudanças significativas nos indicadores, como uma desaceleração acentuada nas contratações ou queda na inflação.
Expectativa do mercado
Com a ata prestes a ser divulgada, investidores aguardam sinais sobre o ritmo dos ajustes monetários. A hesitação em reduzir ainda mais as taxas reflete as preocupações do Fed em manter o equilíbrio entre controlar a inflação e apoiar o crescimento econômico.