Pix por aproximação será lançado em 28 de fevereiro, ampliando opções de pagamento

O dólar à vista registrava alta em relação ao real nesta quarta-feira (5), quebrando uma sequência de 12 sessões consecutivas de queda. O movimento reflete uma realização de lucros por parte dos investidores, além de fatores externos, como a queda das commodities e o avanço das tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

 

Cotação do Dólar Hoje

 

Por volta das 11h20, o dólar à vista subia 0,73%, sendo negociado a R$ 5,8132 na compra e R$ 5,8138 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro com vencimento em março de 2025 registrava alta de 0,81%, atingindo 5.827 pontos.

 

Na sessão anterior, o dólar fechou em baixa de 0,76%, cotado a R$ 5,7719, no menor nível desde novembro de 2024.

 

Principais Fatores que Influenciam o Mercado Cambial

 

1. Realização de Lucros e Movimento Técnico

 

Após uma sequência prolongada de desvalorização, o movimento de hoje reflete uma correção técnica, com investidores realizando lucros acumulados nas últimas semanas. O mercado já antecipava um ajuste, considerando a magnitude da queda recente do dólar frente ao real.

 

2. Desempenho das Commodities

 

O enfraquecimento das commodities teve um papel crucial no movimento de alta do dólar. O minério de ferro registrou queda de 0,99%, enquanto o petróleo Brent também operava em baixa, ampliando as preocupações sobre a demanda global, especialmente da China.

 

Como o Brasil é um dos principais exportadores de commodities, qualquer queda nos preços internacionais impacta diretamente a balança comercial, pressionando o real.

 

3. Tensões Comerciais Entre EUA e China

 

A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo continua a gerar incertezas. O presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizou a possibilidade de novas tarifas sobre produtos chineses, enquanto a China respondeu com medidas retaliatórias, aumentando a volatilidade nos mercados globais.

 

Investidores aguardam um possível diálogo entre Trump e Xi Jinping, que poderia aliviar as tensões, mas até o momento não houve confirmação do encontro.

 

4. Dados Econômicos Internos e Externos

 

No Brasil, o mercado repercute os dados da produção industrial, que recuou em dezembro, mas apresentou crescimento acumulado em 2024, acima das expectativas.

 

No cenário internacional, o Índice de Gerentes de Compras (PMI) da China mostrou desaceleração em janeiro, indicando uma possível perda de fôlego da segunda maior economia do mundo, o que impacta diretamente o Brasil devido à forte relação comercial entre os dois países.

 

Intervenção do Banco Central no Mercado Cambial

 

O Banco Central do Brasil anunciou para esta quarta-feira um leilão de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional, com o objetivo de rolar contratos que vencem em março de 2025. Essa medida busca dar liquidez ao mercado e mitigar movimentos especulativos.

 

Apesar disso, o impacto da intervenção foi limitado, com o dólar mantendo a trajetória de alta em função dos fatores externos.

 

Cotações do Dólar em Diferentes Segmentos

 

  • Dólar Comercial:
    • Compra: R$ 5,8132
    • Venda: R$ 5,8138

 

  • Dólar Turismo:
    • Compra: R$ 5,822
    • Venda: R$ 6,000

 

O dólar turismo, utilizado por pessoas físicas em viagens internacionais, mantém uma cotação superior ao dólar comercial devido aos custos de operação e impostos.

 

Impacto da Política Fiscal no Brasil

 

No cenário doméstico, o anúncio da ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, sobre o pagamento retroativo de reajustes salariais para servidores federais também movimentou o mercado. O impacto fiscal da medida gerou preocupações sobre o equilíbrio das contas públicas, especialmente em um ambiente de inflação resiliente e taxa de juros elevada.

 

A aprovação final da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025 está prevista para março, com discussões em andamento sobre possíveis ajustes fiscais.

 

Expectativas do Mercado para os Próximos Dias

 

O mercado cambial deve permanecer volátil nos próximos dias, com atenção redobrada para:

 

  • Negociações entre EUA e China: Qualquer avanço positivo pode aliviar as pressões atuais.

 

  • Dados de inflação nos EUA e no Brasil: Essenciais para ajustar expectativas em relação à política monetária.

 

  • Decisões do Banco Central do Brasil: O mercado acompanhará sinais sobre o ritmo de elevação da taxa Selic.

 

Além disso, o cenário político interno e externo continuará a influenciar o comportamento do dólar, com possíveis impactos no apetite por ativos de risco.