As ações da Apple (NASDAQ:AAPL) operaram em queda superior a 3% nesta quarta-feira (5) no pré-mercado de Nova York, em meio a relatos de que a China pode abrir uma investigação formal sobre a App Store, loja digital da gigante americana. A preocupação com a intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China também pesa sobre o desempenho dos papéis da empresa.
China Avalia Investigação Sobre a App Store
De acordo com informações da Bloomberg, a Administração Estatal de Regulação do Mercado da China (SAMR, na sigla em inglês) está analisando as taxas cobradas pela App Store e sua política de bloqueio de provedores de pagamento de terceiros.
Ainda não está claro se a loja da Apple está limitando o uso de plataformas populares de pagamento na China, como o WeChat Pay, um dos métodos mais utilizados no país tanto para compras online quanto para transações cotidianas.
Apesar dos indícios, o órgão regulador ainda não decidiu se abrirá formalmente uma investigação contra a Apple. Mesmo assim, o mercado já reagiu negativamente à possibilidade, derrubando as ações da empresa no pré-mercado.
EUA e China Reacendem Tensões Comerciais
O aumento da preocupação dos investidores ocorre em um contexto de renovada tensão entre Estados Unidos e China. Com a nova administração de Donald Trump, os EUA implementaram tarifas de 10% sobre importações chinesas, incluindo eletrônicos e semicondutores.
A decisão veio acompanhada de duras declarações do presidente norte-americano, que acusou Pequim de não combater adequadamente o tráfico de drogas ilícitas para os EUA.
Em resposta, o Ministério das Finanças da China anunciou tarifas retaliatórias, aplicando 15% sobre as importações de carvão e GNL dos EUA, além de 10% sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns modelos de caminhões.
Apple no Centro da Guerra Comercial
O aumento das tarifas pode representar um risco significativo para a Apple, uma vez que a China é tanto um de seus principais mercados consumidores quanto uma base fundamental para a produção de seus dispositivos.
Além da possível investigação sobre a App Store, a China já sinalizou a abertura de uma investigação antimonopólio contra o Google, da Alphabet (NASDAQ:GOOGL). Esse movimento indica uma estratégia mais ampla de Pequim para responder às restrições comerciais impostas pelos EUA.
A Apple tem enfrentado dificuldades adicionais no país asiático, incluindo quedas nas vendas do iPhone, em meio à crescente concorrência de fabricantes locais, como Huawei e Xiaomi. Além disso, a política chinesa de incentivar tecnologias e serviços locais pode enfraquecer ainda mais a posição da empresa norte-americana no mercado chinês.
Impacto da Concorrência e da Inteligência Artificial
Outro fator que preocupa os investidores é o impacto das sanções dos EUA contra a exportação de chips e semicondutores avançados para a China. Desde 2023, Washington impôs uma série de restrições ao setor de tecnologia, visando conter o avanço de soluções chinesas baseadas em inteligência artificial (IA).
No entanto, a recente ascensão do DeepSeek, um modelo de IA chinês de baixo custo, levanta dúvidas sobre a eficácia dessas restrições. Com isso, especialistas avaliam que as empresas norte-americanas podem enfrentar novos desafios competitivos no setor de tecnologia e inovação.
Perspectivas para a Apple e o Mercado de Tecnologia
Os analistas monitoram de perto os desdobramentos da possível investigação na China e como isso pode afetar as operações da Apple. Se a SAMR avançar com a medida, a empresa pode enfrentar multas ou necessidade de ajustes regulatórios, impactando sua receita na segunda maior economia do mundo.
Além disso, a continuidade da guerra comercial entre EUA e China pode gerar mais volatilidade nos mercados, especialmente para gigantes do setor de tecnologia, como Apple, Google, Nvidia e Microsoft.
Com a nova escalada das tensões e potenciais sanções contra empresas norte-americanas, o cenário para 2025 promete ser desafiador para a Apple e outras big techs que dependem do mercado chinês para manter seus lucros e crescimento global.