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O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a variação dos preços na porta das fábricas, sem impostos e frete, registrou alta de 1,48% em dezembro de 2024, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 4 de fevereiro. Com esse resultado, o IPP encerrou o ano de 2024 acumulando uma elevação de 9,42%, o quarto maior valor da série histórica, iniciada em 2014.

 

Em comparação com novembro, quando o índice havia subido 1,25%, o aumento em dezembro demonstra uma aceleração nos preços da indústria, refletindo pressões inflacionárias em diversos setores.

 

Desempenho Setorial: 8 de 24 Atividades Apresentam Alta

 

No acumulado de 2024, dos 24 setores industriais analisados pelo IBGE, 8 registraram elevação de preços. Esse movimento indica que, embora a pressão inflacionária tenha sido concentrada em algumas atividades, o impacto foi suficiente para elevar o índice geral de forma significativa.

 

As principais contribuições para a alta do IPP vieram dos setores de:

 

  • Produtos Alimentícios: tradicionalmente sensível a variações climáticas e custos de insumos, registrou alta expressiva, impactando diretamente o índice.

 

  • Refino de Petróleo e Biocombustíveis: fortemente influenciado pela volatilidade dos preços do petróleo no mercado internacional.

 

  • Metalurgia: impulsionada pelo aumento da demanda global e pelas flutuações cambiais que afetaram o preço de matérias-primas.

 

Fatores que Influenciaram o IPP em 2024

 

Vários fatores contribuíram para o aumento dos preços ao produtor em 2024:

 

  1. Câmbio Volátil: A desvalorização do real ao longo do ano encareceu insumos importados, pressionando os custos de produção.
  2. Custos de Energia: A alta nos preços da energia elétrica impactou diretamente a indústria, principalmente em setores de alta intensidade energética.
  3. Pressões Externas: A guerra comercial entre Estados Unidos e China, além de instabilidades em cadeias de suprimentos globais, influenciaram o custo de matérias-primas.

 

O coordenador do IPP no IBGE, André Almeida, destacou que “a inflação ao produtor reflete não apenas o cenário doméstico, mas também a dinâmica dos mercados internacionais, com destaque para as commodities e o câmbio”.

 

Impacto na Economia e Expectativas para 2025

 

O desempenho do IPP em 2024 reforça as preocupações com a pressão inflacionária no Brasil, já que o índice é considerado um indicador antecedente da inflação ao consumidor (IPCA). O aumento dos preços na indústria tende a ser repassado, mesmo que parcialmente, ao consumidor final, afetando o custo de vida.

 

Para 2025, a expectativa é de que o IPP possa apresentar um comportamento mais moderado, dependendo de fatores como:

 

  • Política Monetária: A continuidade do ciclo de aumento da taxa Selic pode ajudar a conter a inflação, reduzindo a demanda e pressionando menos os preços.

 

  • Cenário Internacional: A resolução de conflitos comerciais e a estabilização das cadeias globais de suprimentos podem aliviar os custos de produção.

 

  • Câmbio e Commodities: A valorização do real e uma possível estabilidade nos preços das commodities também podem contribuir para um cenário menos inflacionário.