O banco BTG (BVMF:BPAC11) revisou suas projeções macroeconômicas para 2025 e 2026, destacando um cenário fiscal desafiador e a possibilidade de pressões inflacionárias persistentes. De acordo com o boletim divulgado nesta quarta-feira (22.jan.2025), o banco elevou a projeção para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, de 5,6% para 5,8%, enquanto a estimativa para 2026 foi mantida em 4,4%.
Projeções de crescimento e taxa Selic
A estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi mantida em 1,5% para 2025 e 1,4% para 2026. Quanto à taxa básica de juros, o BTG manteve a expectativa de uma Selic terminal de 15,25% em 2025, prevendo mais dois aumentos de 50 pontos-base nas reuniões de maio e junho. O cenário reflete o guidance emitido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
“O guidance do BC permanece válido e estabelece uma barra alta para alterações”, destacou o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em coletiva sobre o Relatório de Inflação.
Déficit primário e cenário fiscal
O BTG projeta um déficit primário de R$ 90 bilhões em 2025, com o cumprimento do limite de gastos sendo um dos principais desafios para o governo.
“A meta fiscal dependerá de receitas extraordinárias, nem todas plenamente incorporadas às nossas projeções”, apontou o relatório.
O banco também alertou que ações que contornem o orçamento ou aumentem o gasto parafiscal podem comprometer a credibilidade econômica e intensificar a volatilidade do câmbio.
Dólar sob os holofotes
A estimativa do BTG para o dólar foi mantida em R$ 6,25 no final de 2025, mas a instituição reconhece cenários de risco:
- Cenário pessimista: Caso medidas fiscais sejam insuficientes, o câmbio pode ultrapassar R$ 7,00.
- Cenário otimista: Um ajuste fiscal crível e claro poderia fortalecer o real, trazendo o câmbio para níveis próximos de R$ 5,20.