O dólar mantém sua trajetória de alta, impulsionado pelo retorno de Donald Trump à Casa Branca e pela diminuição das expectativas de cortes na taxa de juros nos Estados Unidos. Desde setembro, o Índice Dólar, que avalia a força da moeda frente a seis principais divisas globais, subiu cerca de 10%, alcançando o maior nível em mais de dois anos.
Políticas de Trump e suporte ao dólar
Os ganhos da moeda norte-americana ganharam força após a vitória de Trump nas eleições de novembro. Investidores ajustaram suas carteiras para refletir as políticas comerciais e tarifárias propostas pelo novo governo, que devem sustentar o dólar a curto prazo, apesar de possíveis impactos negativos em outras economias.
- Tarifas e inflação: Tarifas de importação podem elevar a inflação, forçando o Federal Reserve (Fed) a adotar uma abordagem cautelosa em relação a cortes de juros.
- Juros altos nos EUA: A manutenção de rendimentos elevados nos títulos do Tesouro dos EUA continua atraindo investidores globais.
Apesar de Trump ter expressado preocupações sobre o impacto de um dólar forte nas exportações e na competitividade industrial, suas políticas são vistas como fatores que apoiam a valorização da moeda.
Foco na política cambial e incertezas
Scott Bessent, indicado para liderar o Departamento do Tesouro, reafirmou que protegerá o papel do dólar como moeda de reserva global. Economistas destacam que a posse presidencial, marcada para segunda-feira, é um momento-chave para o mercado.
“É difícil encontrar catalisadores para enfraquecer o dólar no curto prazo”, afirmou Brian Rose, do UBS Global Wealth Management. Ainda assim, a falta de clareza sobre as tarifas de importação propostas por Trump mantém os investidores cautelosos.
John Velis, do BNY Markets, acrescentou: “Não sabemos ainda a força, a abrangência ou o impacto das tarifas planejadas.”
Impacto nas expectativas de mercado
A combinação de políticas protecionistas e expectativas de crescimento econômico nos EUA fortalece a atratividade do dólar como ativo seguro. Além disso, a ata da última reunião do Fed mostrou preocupação com os riscos inflacionários associados às medidas econômicas do novo governo.