Pix por aproximação será lançado em 28 de fevereiro, ampliando opções de pagamento

O Brasil caminha para registrar o segundo maior déficit nominal do mundo em 2025, segundo relatório divulgado pelo BTG Pactual. A projeção estima que o saldo negativo do governo atinja 8,6% do Produto Interno Bruto (PIB), ficando atrás apenas da Bolívia, que deve registrar um déficit de 9,7% do PIB.

 

Posição global e emergentes

 

De um total de 22 países analisados, o Brasil é o único entre os mercados emergentes que apresenta uma piora no resultado fiscal entre 2024 e 2025. Em contrapartida, na Bolívia e na Índia, os déficits devem diminuir 0,7% e 0,2%, respectivamente. Para emergentes como México, Chile, Colômbia e Peru, os déficits projetados ficam abaixo de 4% do PIB, com tendência de queda.

 

A média de déficit nominal esperada para países emergentes é de 5,7%, indicando que o Brasil está significativamente acima dessa referência.

 

O que é o déficit nominal?

 

O déficit nominal reflete a diferença entre receitas e despesas do governo, incluindo os pagamentos de juros da dívida pública. Esse indicador é crucial para avaliar a saúde fiscal de um país e sua capacidade de gerenciar a dívida pública.

 

Segundo Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, o agravamento da situação no Brasil é resultado de dois anos de desajuste fiscal:
“Sem uma política fiscal mais rigorosa, o cenário tende a se deteriorar, limitando a possibilidade de reduzir a taxa de juros no futuro.”

 

Incertezas e desafios fiscais

 

Em novembro de 2024, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou um pacote de medidas fiscais que limitam o crescimento dos gastos públicos a 2,5% acima da inflação em períodos de expansão econômica. No entanto, analistas apontam que as medidas são insuficientes para estabilizar a dívida pública.

 

Fabio Giambiagi, economista e pesquisador do FGV/Ibre, afirmou que o impacto das políticas recentes, como o reajuste do salário mínimo, continuará pressionando as contas públicas.

“Manter a regra atual levará o Brasil a uma crise fiscal séria. É inviável sustentar essa política no longo prazo.”

 

Projeções preocupantes

 

Giambiagi destacou que o impacto do reajuste no salário mínimo adicionará R$ 14 bilhões ao déficit no primeiro ano e R$ 29 bilhões no segundo. A dívida pública acumulada pode superar R$ 86 bilhões no terceiro ano, agravando o cenário fiscal.

 

Apesar dos esforços do governo para implementar medidas corretivas, como o novo arcabouço fiscal, o consenso entre economistas é que ajustes mais profundos serão necessários para evitar uma crise mais grave.