Pix por aproximação será lançado em 28 de fevereiro, ampliando opções de pagamento

O dólar abriu a quarta-feira em queda frente ao real, refletindo os movimentos globais após dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos apontarem uma desaceleração maior do que a esperada. O núcleo do índice de preços ao consumidor subiu 0,2% em dezembro, menor do que os 0,3% registrados nos quatro meses anteriores, levando a uma alta anual de 3,2%, abaixo da expectativa de 3,3%.

 

Às 10:50 AM, o dólar à vista recuava 0,32%, cotado a R$ 6,0275. Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,67%, sendo negociado a R$ 6,042.

 

Impacto dos dados de inflação

 

Os números reforçaram as expectativas de um afrouxamento monetário mais agressivo pelo Federal Reserve (Fed) em 2025. Operadores agora precificam cortes de 37 pontos-base nos juros ao longo do ano, acima dos 31 pontos-base projetados antes da divulgação dos dados. Ainda assim, espera-se que o Fed mantenha as taxas inalteradas na reunião de janeiro.

 

Com o aumento das apostas por cortes, os rendimentos dos Treasuries caíram significativamente. O rendimento do Treasury de dois anos, que reflete as expectativas para os juros de curto prazo, recuava 8 pontos-base, para 4,289%. O índice do dólar (DXY), que mede a força da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,42%, cotado a 108,740.

 

Contexto anterior e reações do mercado

 

Antes dos dados de inflação, o dólar operava em alta no Brasil, com ganhos de 0,3%. No entanto, os dados divulgados nesta quarta-feira inverteram esse cenário, favorecendo moedas emergentes como o real.

 

No início da semana, as apostas de operadores indicavam menos espaço para cortes nos juros pelo Fed, especialmente após os dados robustos de emprego nos EUA divulgados na sexta-feira anterior. Contudo, os novos números de inflação reforçaram o potencial para um afrouxamento monetário maior.

 

Cenário doméstico

 

No Brasil, o início do ano tem sido marcado por um cenário de poucas novidades econômicas, mas com persistentes preocupações fiscais. O Banco Central sinalizou um aperto monetário, prevendo dois aumentos consecutivos de 1 ponto percentual na Selic, que está atualmente em 12,25% ao ano.

 

Analistas destacam que o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal continuará a ser o principal tema no mercado doméstico.

“O problema do Brasil é fiscal, e enquanto o governo não apresentar medidas concretas para criar uma ponte até 2026, o mercado continuará pessimista”, afirmou Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

 

Na frente de dados, o volume de serviços no Brasil caiu 0,9% em novembro em relação a outubro, superando a expectativa de recuo de 0,3% e registrando a maior queda para o mês desde 2015. O desempenho fraco aumenta as preocupações sobre a recuperação econômica no início de 2025.