O dólar abriu a terça-feira em leve baixa frente ao real, dando continuidade às perdas modestas da véspera. Os mercados globais aguardam a divulgação dos dados de inflação ao consumidor dos Estados Unidos e acompanham os desdobramentos da posse do presidente eleito Donald Trump, marcada para o dia 20 de janeiro.
Às 9:47 AM, o dólar à vista recuava 0,33%, sendo cotado a R$ 6,0781 na venda. Na B3 (BVMF:B3SA3), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento registrava baixa de 0,26%, a R$ 6,104.
Notícias e expectativas do mercado
Uma reportagem da Bloomberg trouxe algum alívio ao mercado, sugerindo que a equipe econômica de Trump está avaliando uma implementação gradual das prometidas tarifas de importação. Essa abordagem mais moderada reduziu parte do pessimismo relacionado ao impacto das políticas comerciais do novo governo.
Entretanto, os mercados continuam ajustando suas posições diante da expectativa de que o Federal Reserve mantenha uma abordagem cautelosa em relação a cortes adicionais de juros, especialmente após dados sólidos de emprego nos EUA divulgados na semana passada.
Os investidores agora aguardam a leitura do índice de preços ao consumidor de dezembro, prevista para quarta-feira. Caso a inflação supere as expectativas, pode haver amplificação da aversão ao risco nos mercados globais.
Atualmente, as expectativas apontam para a manutenção das taxas de juros pelo Fed na reunião deste mês, com apenas um corte adicional de 25 pontos-base previsto até o final do ano.
O índice do dólar (DXY), que mede a força da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,17%, sendo cotado a 109,610. Entre emergentes, o dólar recuava frente ao rand sul-africano e estava estável contra o peso mexicano.
Cenário doméstico
No Brasil, o início do ano trouxe poucos dados econômicos, e a agenda política permanece morna devido ao recesso do Congresso. No entanto, declarações recentes de autoridades econômicas forneceram algum alívio ao mercado.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na semana passada que o governo continua estudando medidas para melhorar o equilíbrio fiscal. Além disso, o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, indicou que novas iniciativas fiscais devem ser anunciadas em 2025.
“O governo continua tentando acalmar o mercado com mais promessas de responsabilidade fiscal… Essas declarações ajudam a aliviar um pouco as preocupações fiscais”, destacou Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.