O dólar operou em alta nesta quinta-feira (29/12/2024) frente às principais moedas globais, refletindo uma postura mais rígida do Federal Reserve (Fed) e as incertezas com a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
Às 8:00 AM (horário de Brasília), o índice do dólar (DXY), que mede a força da moeda americana contra uma cesta de seis divisas importantes, subia 0,23%, atingindo 108,54, próximo ao pico registrado na terça-feira.
O DXY acumulou alta de 7% em 2024, impulsionado por ajustes nas expectativas de política monetária do Fed, que indicou, em sua última reunião, a realização de apenas dois cortes de 25 pontos-base na taxa de juros para 2025, abaixo das projeções iniciais de até quatro cortes. Atualmente, o mercado precifica uma redução total de apenas 42 pontos-base nos juros para 2025.
Com a volta de Donald Trump à presidência, políticas como desregulamentação, cortes de impostos e tarifas mais altas têm gerado expectativas de crescimento econômico, mas também de maior inflação.
Investidores aguardam a divulgação dos dados semanais de pedidos de auxílio-desemprego e o PMI industrial de dezembro, previstos para hoje, para avaliar a força da economia americana.
Cenário na Europa e Ásia
Na zona do euro, o PMI industrial final de dezembro caiu para 45,1, sinalizando forte contração na atividade industrial, com recessão nas três maiores economias: Alemanha, França e Itália. Apesar disso, o euro (EUR/USD) subia 0,1%, para 1,0364, após registrar queda de mais de 6% em 2024.
O BCE planeja cortes de até 113 pontos-base em 2025, acima do Fed, o que segundo analistas do ABN Amro, pode levar o euro à paridade com o dólar ao longo do próximo ano.
No Reino Unido, a libra esterlina (GBP/USD) recuou 0,2%, para 1,2494, acumulando queda de 1,7% no ano. Apesar disso, os preços de imóveis no país subiram em dezembro, avançando 0,7%, após alta de 1,2% em novembro.
Na Ásia, o dólar se valorizou 0,4% contra o iuane chinês (USD/CNY), alcançando 7,3265, o maior nível em mais de um ano, refletindo dados fracos do PMI industrial chinês. Já contra o iene japonês (USD/JPY), a moeda americana recuou 0,3%, fechando em 156,82, após máximas recentes de 158.