O dólar subia frente ao real na tarde desta quinta-feira (12.dez.2024), revertendo as perdas registradas no início da sessão. A moeda americana foi impulsionada por fatores como a fraqueza da bolsa brasileira, a força do dólar no cenário global e especulações sobre o estado de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Às 14h07 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 1,23%, cotado a R$ 6,0320, enquanto o contrato futuro com vencimento mais próximo na B3 subia 0,75%, para R$ 6,010.
Oscilações Durante o Dia
Pela manhã, o dólar havia recuado de forma expressiva, atingindo a mínima da sessão às 9h06, cotado a R$ 5,8696 (-1,50%), refletindo o otimismo inicial com a decisão do Copom de elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, e sinalizar mais dois aumentos de igual magnitude em 2025.
A perspectiva de uma Selic mais alta torna o real atrativo para operações de carry trade, devido ao maior diferencial de juros em relação às moedas fortes, como o dólar americano.
No entanto, por volta das 12h15, o dólar inverteu sua trajetória e passou a subir.
Fatores de Alta no Dólar
- Desempenho da Bolsa Brasileira:
- A queda no Ibovespa refletiu a aversão ao risco gerada pelas projeções de juros mais elevados no próximo ano, levando investidores a retirar recursos do mercado acionário.
- Segundo Fernando Bergallo, da FB Capital, “a performance da bolsa está refletindo no câmbio, com parte do capital retornando ao exterior e afetando a liquidez.”
- Cenário Externo:
- O dólar operava com força no mercado internacional, valorizando-se frente a moedas emergentes como o peso mexicano e o rand sul-africano.
- O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de seis divisas, avançava 0,05%, a 106,600.
- Especulações sobre a Saúde de Lula:
- Notícias sobre o estado de saúde do presidente Lula também influenciaram o mercado. Após um procedimento cirúrgico, médicos indicaram que ele deve deixar a terapia intensiva na sexta-feira.
- Alguns analistas argumentam que a possibilidade de Lula não concorrer à reeleição em 2026 abre espaço para um candidato mais alinhado ao mercado.
Atuação do Banco Central
O Banco Central realizou dois leilões de venda com compromisso de recompra, totalizando US$ 4 bilhões, mas as operações não impactaram significativamente as cotações do dólar.