Haddad defende ações do BC e Tesouro contra especulação e foco fiscal do governo

O dólar recuava mais de 1% nesta quinta-feira (5.dez.2024), em linha com o enfraquecimento global da moeda americana e o otimismo local após o avanço do pacote fiscal do governo no Congresso.

 

Movimentação do Dólar

 

Às 12h10 PM, o dólar à vista caía 1,24%, cotado a R$ 5,9721, abaixo da marca de R$ 6,00 pela primeira vez desde a última sexta-feira. Na B3, o contrato futuro de dólar recuava 1,37%, negociado a R$ 5,979.

 

O movimento reflete uma combinação de fatores internos e externos que influenciaram o mercado nesta sessão.

 

Cenário Externo: Dados dos EUA e Perspectivas do Fed

 

O dólar recuava amplamente frente às principais moedas globais, com o índice do dólar (DXY), que mede seu desempenho frente a uma cesta de seis divisas, caindo 0,46%, para 105,850 pontos.

 

A fraqueza foi impulsionada por dados econômicos dos EUA que apontaram para uma desaceleração gradual:

 

  • Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram para 224.000 na última semana de novembro, acima dos 215.000 esperados.
  • Dados de criação de vagas no setor privado também vieram abaixo das expectativas.

 

Os resultados reforçam a visão de que o Federal Reserve pode continuar reduzindo os juros em 2024, tornando o dólar menos atrativo globalmente.

 

Os mercados agora aguardam o relatório de empregos de novembro, a ser divulgado na sexta-feira, com estimativa de criação de 200.000 postos de trabalho.

 

Cenário Doméstico: Pacote Fiscal Ganha Urgência

 

No Brasil, o dólar também foi pressionado por sinais de avanço no pacote fiscal do governo. A Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para duas propostas do ajuste fiscal, eliminando prazos regimentais e acelerando a tramitação no Congresso.

 

O pacote, que prevê uma economia de R$ 71,9 bilhões em dois anos, foi recebido inicialmente com ceticismo devido à inclusão de mudanças no Imposto de Renda. Entretanto, a tramitação acelerada trouxe um alívio momentâneo ao mercado.

 

“O mercado está reagindo e desmontando parte das posições extremamente defensivas,” afirmou Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

 

Impacto na Curva de Juros

 

As taxas de juros dos contratos futuros de DI apresentavam quedas em prazos mais longos, refletindo o maior otimismo fiscal.

 

Operadores atribuíam 65% de chance de uma alta de 0,75 ponto percentual na Selic, atualmente em 11,25%, durante a última reunião do Copom neste ano, marcada para a próxima semana.