A Organização das Nações Unidas (ONU) revisou suas projeções para o crescimento econômico global em 2025, elevando a estimativa de 2,7% para 2,8%. No entanto, o Brasil foi uma das exceções, com a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) reduzida de 2,4% para 2,3%, segundo o relatório Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2025 divulgado nesta quarta-feira, 8.
Cenário global
A ONU destacou que China e Estados Unidos continuarão como os principais motores da economia mundial. A previsão de crescimento do PIB dos EUA foi ajustada para cima, de 1,7% para 1,9%, enquanto a China teve sua projeção elevada de 4,5% para 4,8%. Para 2026, espera-se que os EUA cresçam 2,1% e a China, 4,5%.
O relatório também aponta desafios para outras economias desenvolvidas. A projeção de crescimento da zona do euro para 2025 foi reduzida de 1,6% para 1,3%, enquanto a do Japão caiu de 1,1% para 1,0%. Em 2026, espera-se uma recuperação moderada, com altas de 1,5% para a zona do euro e 1,2% para o Japão.
A ONU alertou que riscos como tensões geopolíticas e a possibilidade de tarifas comerciais mais elevadas continuam a ameaçar o crescimento global. O índice de incerteza político-econômica global (GEPU) permanece acima das médias históricas, refletindo o ambiente econômico instável.
Por outro lado, a flexibilização monetária adotada por bancos centrais, incluindo o Federal Reserve (Fed) e o Banco Central Europeu (BCE), deve oferecer suporte ao crescimento. Desde novembro de 2024, 67 dos 108 bancos centrais monitorados pela ONU estavam em fase de relaxamento monetário, com outros 20 preparando cortes nos juros.
Projeções para o Brasil
A previsão de crescimento do PIB do Brasil para 2025 foi reduzida para 2,3%, abaixo dos 2,4% estimados anteriormente e do crescimento de 3% esperado para 2024. Apesar da desaceleração, o desempenho continua acima da média de 1,4% registrada entre 2010 e 2019.
A ONU apontou fatores como políticas monetárias mais rígidas, redução nos gastos fiscais e fraqueza das exportações como obstáculos para o crescimento em 2025. Além disso, o crescimento da formação bruta de capital fixo (FBCF) deve desacelerar devido aos maiores custos de financiamento.
Por outro lado, o consumo privado no Brasil deverá permanecer resiliente, sustentado por um mercado de trabalho forte, altos gastos sociais e aumento do salário mínimo.
“A taxa de pobreza no Brasil caiu cerca de 3 pontos percentuais nos últimos anos, situando-se em 16,1% em 2023” destacou o relatório.
No médio prazo, os investimentos devem ser impulsionados pela reforma tributária prevista para 2026, que pode simplificar processos e atrair mais capital ao país.